Blog do José Ribeiro Júnior

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Judaísmo e os seus aspectos

Aspectos judaicos presentes na cultura brasileira e nordestina.

Identidade Judaica

Os desafios de se viver uma identidade plena.

14 março 2010

Casamento: um processo plenamente racional

Tem sido comum presenciarmos casos de pessoas que alegam que o casamento é como um “campo minado” ou que “ninguém conhece ninguém”. Na verdade, havemos de concordar que tais pensamentos são contraditórios, apesar de que não podemos conhecer as pessoas na sua totalidade, pois, não conhecemos nem a nós mesmos. Porém, a vida é dotada de escapes, e, no entanto, existem detalhes na personalidade de indivíduos, que é o suficiente para nos revelar uma parcial proporção de seu caráter.

Desse modo, é notório que nós seres humanos tenhamos particularidades, que em muitos casos, só são reveladas em momentos de extremo transtorno emocional. Porém, o que muitos não percebem ou não se permitem perceber, é que as variadas personalidades humanas podem ser decifradas em seus mínimos detalhes. A exemplo do que acontece nas pesquisas quantitativas, em especial as eleitorais, em que um grupo de pesquisadores escolhem um grupo seleto e aleatório de pessoas, para obterem informações de todo um vasto contexto composto por milhões. Da mesma forma é o ser humano, que pode nos mínimos atos revelar o seu caráter.

Assim, temos algumas situações que se levadas a sério podem expressar significantes resultados. Como o exemplo das pessoas discretas, que não toleram ou se incomodam com pessoas desinibidas ao extremo, e nesse caso, uma simples observação já seria o suficiente para este indivíduo se manter distante, pois o modo de falar e de se expressar em público por parte dos exagerados, revela muito sobre a personalidade dos mesmos. A psicologia, sociologia, filosofia e a religião com as suas possibilidades de análises devem ser fundamentais, até porque, somos cientes que o sucesso de um casamento nos remete a um contexto familiar equilibrado, o que consequentemente nos permite ter uma sociedade mais justa e transformada positivamente.

Nesse pressuposto vamos discutir alguns pontos fundamentais ao processo de casamento:

• Estágios de relacionamento: todo relacionamento de acordo com os pressupostos Bíblicos devem ter a finalidade de levar os indivíduos ao compromisso maior, isto é, o casamento. Porém, muitos não mais têm levado o relacionamento a tal proporção. E assim, torna-se necessário uma visão mais ampla e racional quanto ao relacionamento. Desse modo, vejamos os estágios necessários:

1. Observação: consiste num compromisso prévio, portanto, sem envolvimento afetivo pessoal. Baseado apenas numa plena reflexão pessoal por parte dos indivíduos envolvidos, com o objetivo de transformar o “sentimento de atração” (paixão) em “sentimento racional” (amor consciente ou verdadeiro). A fim de que através da racionalização, ambos venham perceber os defeitos de uns aos outros e descobrirem se possuem algo em comum ou defeitos que possam ser erradicados conforme o acordo de ambos. Mas, lembre-se que há tipos de defeitos que conforme a personalidade da pessoa, não poderão ser sanados na totalidade. Assim a honestidade e sinceridade devem ser peças chaves sempre;

2. Namoro: trata-se de um compromisso inicial quanto ao fator afetivo pessoal. Ou seja, é o momento em que ambos haverão de se perceberem como um futuro casal (um ensaio para o casamento). É extremamente importante nesse período, a racionalização e a orientação Bíblica, a fim de que não queimem etapas praticando atos que só diz respeito ao casamento. É neste período que os defeitos encontrados na fase de observação serão estudados com maior proporção, no intuito de que sejam sanados;

3. Noivado: trata-se de uma fase conclusiva. Momento em que na qual, os indivíduos comprometidos já não devem ter mais dúvidas quanto ao seu relacionamento, neste caso, é o momento de reflexão concernente ao que possivelmente não foi cumprido. Isto é, trata-se da última oportunidade de verem se serão possivelmente felizes ou de resolverem as pendências quanto a distúrbios de personalidades, ideologias, estilos e afinidades, para que assim, possam dar o passo maior;

4. Casamento: e este é o momento único, consumado e que ambos devem por em prática as afinidades asseguradas pelas fases anteriores. Pois é justamente este o objetivo das demais fases, ou seja, preparar e modelar os indivíduos em questão. Enfim, é o memento de por em prática a convivência, no intuito de gerarem uma família que contribua com o avanço sócio-cultural.

De fato, é possível que um dos tais indivíduos ou até mesmo ambos, manifestem “alguns defeitos” de última hora ou o lado obscuro de cada um (neste caso, durante o casamento). Mas, se realmente a observação tiver sido levada com seriedade, ou seja, sido plena, tal possível defeito que vier se manifestar, naturalmente será proporcional as suas afinidades. Logo, facilmente de ser resolvido. Caso ocorra o contrário, é notável que um destes estágios tenha sido ignorado na sua totalidade.

Contudo, a reflexão, honestidade e sinceridade devem ser praticadas integralmente. E nesse caso, a orientação Bíblica e a racionalização devem ser a peça chave no processo de relacionamento. Pois, sentimentos vazios ligados apenas a atração física e que nos trazem a cegueira atitudinal, como a passageira e conhecida sensação de paixão, devem ser descartadas. Permanecendo apenas o que for racional. Pois o amor verdadeiro é racional. É, portanto, como uma semente, que se cuidada e regada adequadamente, poderá germinar, crescer e produzir bons frutos.