AULA Nº 01 – 20 de Junho de 2018
O Judaísmo Reformista surgiu
no final do século XIX, com o intuito de promover reparos na estrutura social
judaica, ao qual, repercutia na crítica aos posicionamentos exclusivistas da
ala ortodoxa do Judaísmo na Alemanha. Paralelo a este ambiente, surgiu na
Europa ares de mudança e busca por melhorias no padrão de vida de muitos
judeus, aos quais viviam em estado social deplorável, com raras exceções,
considerando alguns grandes empresários, industriais e eruditas judeus.
Esse ambiente social, ao
qual se tinha a necessidade de modificar-se, surgiu em meio às perseguições
propagadas por grupos maioritários, presentes em países da Europa. Com isso,
essa necessidade de mudança propiciou a constituição do princípio filosófico e
político do Sionismo, ao qual teve na figura de Theodor Herlz, o seu principal
divulgador.
A divulgação do sionismo
entre as comunidades e guetos judaicos na Europa, aliado com o avanço das
perspectivas de reforma do Judaísmo, influenciaram muitas ações pró-fundação do
Estado de Israel, a exemplo do forte Lobby
realizado na Inglaterra, ambiente que contribuiu com a criação da Keren Hayesod,
em dezembro de 1920, instituição que visava (e ainda visa), a arrecadação
financeira para eventual patrocínio de propostas sionistas, que visam o bem e o
fortalecimento do Estado de Israel (ao qual seria fundado em 1948).
Fonte: WUPJ, 2018. |
Em 10 de julho de 1926, é
fundado a World Union for Progressive Judaism (WUPJ), conhecida como União
Mundial para o Judaísmo Progressista, com o intuito de dar suporte político as
ideias e concepções progressistas do Judaísmo, ao qual seria a responsável por
aquilo que se entende como: Judaísmo Liberal, Reformista, Reconstrucionista e
Conservador (Masorti), entendida no geral, como a ala centro-esquerda do
Judaísmo, além da Open Orthodoxy, considerada ala esquerda numa visualização
política.
Apesar de se utilizar muitos
termos, cada grupo citado possui uma natureza específica – a exemplo dos
Reconstrucionistas que vieram dos Reformistas, e os Conservadores, que vieram
dos Reconstrucionistas. Porém, estão todos conectados a proposta enfatizada
pelo Judaísmo Progressista/Liberal. Eis a razão de muitos serem favoráveis a
uma concepção de modo aberto e, outros de modo mais conservador, pois, o Judaísmo
Progressista, em sua esfera Reformista, não obriga ninguém a fazer aquilo que
não se sente bem, ainda mais quando os costumes combatidos não são os que a
Torah especifica, mas sim, o que as tradições humanas enfatizam, visando os
seus interesses próprios.
Além disso, destaca-se que,
ações conjuntas e alinhadas de instituições, a exemplo da WUPJ, Keren Hayesod e
a Jewish Agency for Israel (Agência Judaica para Israel – fundada em 1929 –,
sendo estas organizações, contribuintes ímpares para o Lobby em torno do processo de fundação do Estado de Israel, em 14
de maio de 1948. Uma das provas que o movimento liberal não visa o combate dos
valores da Torah, mas sim, a manutenção do sentimento sionista, tendo como
principal ferramenta, o fortalecimento do aspecto comunitário (social) do
Judaísmo, como garantia de perpetuação dos valores judaicos.
A prova desta fundamentação,
encontra-se nos objetivos da WUPJ, que é o de “garantir que todos os judeus
tenham acesso a uma vida judaica vibrante e pessoalmente significativa que,
possa melhor inspirá-los espiritualmente e garantir o futuro do povo judeu,
seja no Estado de Israel ou em todas as nações”. Hoje, a WUPJ conta com um
público de mais de 1.800.000 pessoas, presentes em mais de 50 países,
distribuídos em 06 continentes, tendo a sua sede em Jerusalém.
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