Blog do José Ribeiro Júnior

26 junho 2018

Um breve histórico e legado do Judaísmo Liberal


AULA Nº 01 – 20 de Junho de 2018


O Judaísmo Reformista surgiu no final do século XIX, com o intuito de promover reparos na estrutura social judaica, ao qual, repercutia na crítica aos posicionamentos exclusivistas da ala ortodoxa do Judaísmo na Alemanha. Paralelo a este ambiente, surgiu na Europa ares de mudança e busca por melhorias no padrão de vida de muitos judeus, aos quais viviam em estado social deplorável, com raras exceções, considerando alguns grandes empresários, industriais e eruditas judeus.
Esse ambiente social, ao qual se tinha a necessidade de modificar-se, surgiu em meio às perseguições propagadas por grupos maioritários, presentes em países da Europa. Com isso, essa necessidade de mudança propiciou a constituição do princípio filosófico e político do Sionismo, ao qual teve na figura de Theodor Herlz, o seu principal divulgador.
A divulgação do sionismo entre as comunidades e guetos judaicos na Europa, aliado com o avanço das perspectivas de reforma do Judaísmo, influenciaram muitas ações pró-fundação do Estado de Israel, a exemplo do forte Lobby realizado na Inglaterra, ambiente que contribuiu com a criação da Keren Hayesod, em dezembro de 1920, instituição que visava (e ainda visa), a arrecadação financeira para eventual patrocínio de propostas sionistas, que visam o bem e o fortalecimento do Estado de Israel (ao qual seria fundado em 1948).

Fonte: WUPJ, 2018.
Em 10 de julho de 1926, é fundado a World Union for Progressive Judaism (WUPJ), conhecida como União Mundial para o Judaísmo Progressista, com o intuito de dar suporte político as ideias e concepções progressistas do Judaísmo, ao qual seria a responsável por aquilo que se entende como: Judaísmo Liberal, Reformista, Reconstrucionista e Conservador (Masorti), entendida no geral, como a ala centro-esquerda do Judaísmo, além da Open Orthodoxy, considerada ala esquerda numa visualização política.
Apesar de se utilizar muitos termos, cada grupo citado possui uma natureza específica – a exemplo dos Reconstrucionistas que vieram dos Reformistas, e os Conservadores, que vieram dos Reconstrucionistas. Porém, estão todos conectados a proposta enfatizada pelo Judaísmo Progressista/Liberal. Eis a razão de muitos serem favoráveis a uma concepção de modo aberto e, outros de modo mais conservador, pois, o Judaísmo Progressista, em sua esfera Reformista, não obriga ninguém a fazer aquilo que não se sente bem, ainda mais quando os costumes combatidos não são os que a Torah especifica, mas sim, o que as tradições humanas enfatizam, visando os seus interesses próprios.
Além disso, destaca-se que, ações conjuntas e alinhadas de instituições, a exemplo da WUPJ, Keren Hayesod e a Jewish Agency for Israel (Agência Judaica para Israel – fundada em 1929 –, sendo estas organizações, contribuintes ímpares para o Lobby em torno do processo de fundação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948. Uma das provas que o movimento liberal não visa o combate dos valores da Torah, mas sim, a manutenção do sentimento sionista, tendo como principal ferramenta, o fortalecimento do aspecto comunitário (social) do Judaísmo, como garantia de perpetuação dos valores judaicos.

A prova desta fundamentação, encontra-se nos objetivos da WUPJ, que é o de “garantir que todos os judeus tenham acesso a uma vida judaica vibrante e pessoalmente significativa que, possa melhor inspirá-los espiritualmente e garantir o futuro do povo judeu, seja no Estado de Israel ou em todas as nações”. Hoje, a WUPJ conta com um público de mais de 1.800.000 pessoas, presentes em mais de 50 países, distribuídos em 06 continentes, tendo a sua sede em Jerusalém.

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