Blog do José Ribeiro Júnior

17 julho 2018

IDENTIDADE COMUNITÁRIA: os desafios para equidade




AULA Nº 04 – 11 de Julho de 2018 


A estrutura familiar na sua condição social primária, revela aquilo que se pode imaginar em torno da expressão social em geral, considerando que, a sociedade é a representação daquilo que conhecemos por sistema social secundário. Nesse pressuposto, podemos destacar que tudo parte de um sistema mais simples, para que seja atingido numa expressão mais complexa. Tal como acontece com todo objeto existente no Universo, dos quais são compostos por estruturas de átomos coligados, e que se expressam por meio de igualdade (pontos iguais) e pontos de diferenças, devidamente ordenados pela equidade (funcionamento dos pontos iguais dentro das diferenças).
Conforme o exposto, destaca-se que, a busca pela formação, aplicação e sustentação de uma estrutura comunitária não é tão simplória de se executar como muitos imaginam, considerando as peculiaridades existentes em cada parte integrante da estrutura social de uma comunidade. No Judaísmo, a ação comunitária é o fator preponderante para a perpetuação de valores e tradições, expressas e passadas de geração para geração.
Desse modo, considerando uma base estrutural rudimentar, isto é, tendo por base pessoas provindas de outras religiões ou, que possuam origem judaica, porém, tais indivíduos encontram-se em estado de assimilação cultural, por parte de outras estruturas sociais. Tais pessoas encontram de fato, uma dificuldade gigantesca para vivenciarem um retorno ou conversão ao Judaísmo, a exemplo das estruturas que estão se consolidando no Brasil e, em especial, no MA.
Ao que consta a realidade, percebe-se que muitos destes desejosos em praticar o Judaísmo, ao buscarem uma estrutura comunitária, com vínculos, integrações, participações conjuntas, se deparam com a dura realidade adversa aos propósitos. Tais dificuldades provêm de fatores ligados ao quadro pessoal de cada indivíduo, em que muitos, querem viver um Judaísmo à sua maneira ou, conforme compreendem como seja o estilo de vida judaico.
Uns buscam um estilo mais tradicional, desejando que os demais assim também sejam; enquanto, outros buscam a adequação de um papel comunitário, frente aos desafios locais. Os atritos desse embate, contribuem para o enfraquecimento de toda a estrutura social, ao qual se pretende compor. Mediante a esta situação, muitos imaginam que as bases de uma comunidade forte e bem constituída, encontra-se em na busca pela igualdade.
Entretanto, como obter uma igualdade mediante a composição da diversidade presente na estrutura social? Tal questionamento define o tão complexo é o princípio da integração de um sistema social. Nesse sentido, a igualdade é tudo aquilo que envolve radicalmente o nivelamento de situações, a exemplo da cor 100% preta, que é igual à cor também expressa como 100% preta (o óbvio, pelo óbvio).
Nesse pressuposto, como oferecer uma igualdade para uma estrutura social composta pela diversidade? Simplesmente é impossível! E, isso se pode afirmar com base no princípio de que tal situação violaria os direitos a estrutura comportamental dos seres humanos, originada no ato de pensar, e na sua eventual capacidade de se organizar em grupos.
Nesse sentido, o que uma comunidade necessita para alavancar-se está contida não na igualdade dos seres que a compõem, mas sim, na capacidade dos mesmos em conviverem mutuamente, em busca de equilíbrio. Com isso, uma comunidade que se preze, e que necessita ser posta em vigor, para que os seus membros vivam em estrutura organizacional, deverá incessantemente buscar por “equidade”.


A equidade pode ser vista como um fator que trabalha determinados pontos de igualdade em meio à diversidade, oferecendo a possibilidade de ações que pairam em torno do equilíbrio social, a fim de que cada ser humano seja equivalente ao seu semelhante, dentro do respeito de suas respectivas diferenças, com qualidades e/ou defeitos.
A prova de que uma sociedade precisa ter ações pautadas nas diferenças, e busca constante de pontos de equilíbrio, para a obtenção de uma equidade, pode ser percebida nas afirmações do sociólogo e judeu francês, Émile Durkheim (1858–1917), que defendia o princípio de que a sociedade só funcionava, pois agia de modo diferenciado, mutuamente, não podendo assim existir, caso tudo fosse igual.
Assim, as diferenças sociais devem existir, as desigualdades precisam existir, o que não se pode existir são os extremos, isto é, a criação de uma extrema riqueza, baseada na exploração e criação de uma extrema pobreza. Nesse sentido, não se pode pensar numa estrutura social em que só existam professores, e nenhum aluno(a); ou, que sejam 100% compostas por alunos, mas, com nenhum professor(a). Tal como uma estrutura judaica, não poderia existir se todos os membros fossem rabinos, não existindo outras funções ou membros; do mesmo modo, em que uma estrutura comunitária judaica, padeceria se todos fossem apenas membros comuns, não possuindo representação política ou religiosa (dando margem para a criação de oportunismos por parte de alguns).
Nesse sentido, se alguém é destacado para ser o zelador de uma sinagoga numa estrutura comunitária iniciante, que tal pessoa se contente e se orgulhe de seu papel, pois será um papel único e relevante. Tal como os demais membros destacados para outras tarefas, que devem trabalhar para o benefício das mesmas, pois, cada peça estando no seu devido lugar, funcionará como um fator de êxito para todos.
Assim, cada um deve responsabilizar-se de seus atributos, não interferindo nos modos organizacionais de cada individualidade, isto é, o encarregado de ensinar, não deverá intrometer-se na escolha do produto de limpeza, daquele que foi devidamente escolhido para limpar, pois, ninguém melhor que o mesmo para saber o melhor produto para facilitar a sua tarefa; tal como, o zelador jamais deverá intrometer-se ou se preocupar com as possíveis escolhas temáticas de aulas a serem ministradas, por parte do encarregado em ensinar, pois, ninguém mais do que ele estará habilitado para decidir que metodologias deverão ser trabalhadas para o melhor rendimento da estrutura geral.
Portando, deve-se sempre levar em consideração, que a estrutura social é composta de pequenos e grandes, fortes e fracos, ricos e pobres, ou seja, as mais variadas personalidades ou condições possíveis. Porém, havendo o respeito à diversidade, e ao fator hierárquico, em seu contexto organizacional, cada um terá a oportunidade de demonstrarem os seus valores e representatividades que, uma vez sendo devidamente aproveitadas e trabalhadas, em seus pontos em comum, propiciará uma estrutura comunitária saudável e com equidade.

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