AULA Nº 04 – 11 de Julho
de 2018
A estrutura familiar na sua
condição social primária, revela
aquilo que se pode imaginar em torno da expressão social em geral, considerando
que, a sociedade é a representação daquilo que conhecemos por sistema social secundário. Nesse pressuposto,
podemos destacar que tudo parte de um sistema mais simples, para que seja
atingido numa expressão mais complexa. Tal como acontece com todo objeto
existente no Universo, dos quais são compostos por estruturas de átomos
coligados, e que se expressam por meio de igualdade (pontos iguais) e pontos de
diferenças, devidamente ordenados pela equidade (funcionamento dos pontos
iguais dentro das diferenças).
Conforme o exposto,
destaca-se que, a busca pela formação, aplicação e sustentação de uma estrutura
comunitária não é tão simplória de se executar como muitos imaginam,
considerando as peculiaridades existentes em cada parte integrante da estrutura
social de uma comunidade. No Judaísmo, a ação comunitária é o fator
preponderante para a perpetuação de valores e tradições, expressas e passadas
de geração para geração.
Desse modo, considerando uma
base estrutural rudimentar, isto é, tendo por base pessoas provindas de outras
religiões ou, que possuam origem judaica, porém, tais indivíduos encontram-se
em estado de assimilação cultural, por parte de outras estruturas sociais. Tais
pessoas encontram de fato, uma dificuldade gigantesca para vivenciarem um
retorno ou conversão ao Judaísmo, a exemplo das estruturas que estão se
consolidando no Brasil e, em especial, no MA.
Ao que consta a realidade,
percebe-se que muitos destes desejosos em praticar o Judaísmo, ao buscarem uma
estrutura comunitária, com vínculos, integrações, participações conjuntas, se
deparam com a dura realidade adversa aos propósitos. Tais dificuldades provêm
de fatores ligados ao quadro pessoal de cada indivíduo, em que muitos, querem
viver um Judaísmo à sua maneira ou, conforme compreendem como seja o estilo de
vida judaico.
Uns buscam um estilo mais
tradicional, desejando que os demais assim também sejam; enquanto, outros
buscam a adequação de um papel comunitário, frente aos desafios locais. Os
atritos desse embate, contribuem para o enfraquecimento de toda a estrutura
social, ao qual se pretende compor. Mediante a esta situação, muitos imaginam
que as bases de uma comunidade forte e bem constituída, encontra-se em na busca
pela igualdade.
Entretanto, como obter uma
igualdade mediante a composição da diversidade presente na estrutura social?
Tal questionamento define o tão complexo é o princípio da integração de um
sistema social. Nesse sentido, a igualdade é tudo aquilo que envolve
radicalmente o nivelamento de situações, a exemplo da cor 100% preta, que é
igual à cor também expressa como 100% preta (o óbvio, pelo óbvio).
Nesse pressuposto, como oferecer
uma igualdade para uma estrutura social composta pela diversidade? Simplesmente
é impossível! E, isso se pode afirmar com base no princípio de que tal situação
violaria os direitos a estrutura comportamental dos seres humanos, originada no
ato de pensar, e na sua eventual capacidade de se organizar em grupos.
Nesse sentido, o que uma
comunidade necessita para alavancar-se está contida não na igualdade dos seres
que a compõem, mas sim, na capacidade dos mesmos em conviverem mutuamente, em
busca de equilíbrio. Com isso, uma comunidade que se preze, e que necessita ser
posta em vigor, para que os seus membros vivam em estrutura organizacional,
deverá incessantemente buscar por “equidade”.
A equidade pode ser vista
como um fator que trabalha determinados pontos de igualdade em meio à
diversidade, oferecendo a possibilidade de ações que pairam em torno do
equilíbrio social, a fim de que cada ser humano seja equivalente ao seu
semelhante, dentro do respeito de suas respectivas diferenças, com qualidades
e/ou defeitos.
A prova de que uma sociedade
precisa ter ações pautadas nas diferenças, e busca constante de pontos de
equilíbrio, para a obtenção de uma equidade, pode ser percebida nas afirmações
do sociólogo e judeu francês, Émile Durkheim (1858–1917), que defendia o
princípio de que a sociedade só funcionava, pois agia de modo diferenciado,
mutuamente, não podendo assim existir, caso tudo fosse igual.
Assim, as diferenças sociais
devem existir, as desigualdades precisam existir, o que não se pode existir são
os extremos, isto é, a criação de uma extrema riqueza, baseada na exploração e
criação de uma extrema pobreza. Nesse sentido, não se pode pensar numa
estrutura social em que só existam professores, e nenhum aluno(a); ou, que
sejam 100% compostas por alunos, mas, com nenhum professor(a). Tal como uma
estrutura judaica, não poderia existir se todos os membros fossem rabinos, não
existindo outras funções ou membros; do mesmo modo, em que uma estrutura
comunitária judaica, padeceria se todos fossem apenas membros comuns, não
possuindo representação política ou religiosa (dando margem para a criação de
oportunismos por parte de alguns).
Nesse sentido, se alguém é
destacado para ser o zelador de uma sinagoga numa estrutura comunitária
iniciante, que tal pessoa se contente e se orgulhe de seu papel, pois será um
papel único e relevante. Tal como os demais membros destacados para outras
tarefas, que devem trabalhar para o benefício das mesmas, pois, cada peça estando
no seu devido lugar, funcionará como um fator de êxito para todos.
Assim, cada um deve
responsabilizar-se de seus atributos, não interferindo nos modos
organizacionais de cada individualidade, isto é, o encarregado de ensinar, não
deverá intrometer-se na escolha do produto de limpeza, daquele que foi
devidamente escolhido para limpar, pois, ninguém melhor que o mesmo para saber
o melhor produto para facilitar a sua tarefa; tal como, o zelador jamais deverá
intrometer-se ou se preocupar com as possíveis escolhas temáticas de aulas a
serem ministradas, por parte do encarregado em ensinar, pois, ninguém mais do
que ele estará habilitado para decidir que metodologias deverão ser trabalhadas
para o melhor rendimento da estrutura geral.
Portando, deve-se sempre levar
em consideração, que a estrutura social é composta de pequenos e grandes,
fortes e fracos, ricos e pobres, ou seja, as mais variadas personalidades ou
condições possíveis. Porém, havendo o respeito à diversidade, e ao fator
hierárquico, em seu contexto organizacional, cada um terá a oportunidade de
demonstrarem os seus valores e representatividades que, uma vez sendo
devidamente aproveitadas e trabalhadas, em seus pontos em comum, propiciará uma
estrutura comunitária saudável e com equidade.
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