Blog do José Ribeiro Júnior

29 julho 2018

Os cuidados necessários para que se evitem ações excludentes


AULA Nº 05 – 25 de Julho de 2018

Muitos dos novos adeptos e aspirantes ao Judaísmo, costumam utilizar-se de alguns procedimentos peculiares, como fator comportamental de exclusão, para se sentirem firmados naquilo que consideram ser “o mundo judaico”, ou, “a forma judaica de se pensar”. Nesse sentido, é comum vermos pessoas recém-chegadas à proposta judaica, utilizando termos como “goy” (gentio ou não judeu), postando nas redes sociais constantes frases judaicas, ou até mesmo utilizando ternos pretos constantemente em pleno calor nordestino, para que possam parecer-se com aquilo que acreditam ser uma identidade judaica.
Tal sentimento está intrinsecamente ligado ao fato de que muitos desses(as) indivíduos(as), já trazem noções de preconceitos dos grupos religiosos ao qual estão saindo, e ao se despertarem para uma possível prática judaica, de certa forma, sofrem (ou sofreram) algum tipo de rejeição de grupos judaicos já constituídos (sejam pela dureza destes ou por possíveis testes) e, com isso, tais indivíduos aspirantes acabam que, de modo comportamental, sentindo a necessidade de se colocarem em pé de igualdade com os grupos judaicos oficiais já existentes, assim, estes recém-chegados iniciam-se naquilo que acreditam ser o Judaísmo, com requintes de desigualdades, desinformações e muito extremismo.
Esses mesmos indivíduos, acabam desenvolvendo ares de audácia ao ponto de quererem rivalizar até mesmo com os grupos judaicos oficiais, a exemplo de quando estes se deparam com grupos judaicos do seguimento liberal, classificando os judeus liberais como “não-judeus”, e o Judaísmo Liberal como não sendo Judaísmo. Isto é, tais aspirantes agem de modo absurdo e sem sequer medir com aquilo que pensam ou que dizem.
E, assim, poluem as redes sociais com mensagens discriminatórias a religião cristã e demais grupos (sendo que muitos destes indivíduos vieram destas religiões), além de se posicionarem contra homossexuais, além de serem contra o papel social da mulher, além de criticarem os modos de se vestir das pessoas aos quais não estejam do mesmo modo que eles acreditam ser os corretos, enfim, bombardeiam milhares de pessoas com mensagens de ignorância, contribuindo para que muitas pessoas de fora do Judaísmo, acreditem que o Judaísmo seja tal como o pensamento desses indivíduos que auto-intitulam-se de judeus.
De fato, no Maranhão, ainda presenciamos pessoas com esse perfil comportamental, perfil esse, que deve ser evitado para as pessoas que estão aspirando ao Judaísmo de modo oficial. De fato, é comum ver e ouvir as pessoas dizendo “no Judaísmo, onde tem 02 judeus, existem 03 opiniões”. Porém, tais pessoas que costumam dizer isso, às vezes esquecem que essa máxima reflete aquilo que o Judaísmo melhor possui, que é a diversidade de posicionamentos.
Assim, torna-se fundamental que se busque o respeito e a valorização da diversidade, pois, o modelo judaico que um(a) indivíduo(a) vivencia hoje, poderá não satisfazer o(a) mesmo(a) amanhã, ou, há outras pessoas que mesmo professando sua fé nos valores judaicos, possui configurações diferentes uns dos outros, o que reforça o princípio de que devemos ter o devido respeito ao espaço de tempo das pessoas, além da maturação e evolução das mesmas.
Portanto, àqueles que são aspirantes de um Judaísmo institucionalmente regularizado, fica a esta dica, de que devem ter o cuidado para que comecem suas caminhadas judaicas do modo correto, isto é, tentando evitar a concretização de preconceitos, a fim de que, possivelmente, possam ser aceitos no Judaísmo sem maiores transtornos.

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