AULA
Nº 05 – 25 de Julho de 2018
Muitos dos novos adeptos e
aspirantes ao Judaísmo, costumam utilizar-se de alguns procedimentos
peculiares, como fator comportamental de exclusão, para se sentirem firmados
naquilo que consideram ser “o mundo judaico”, ou, “a forma judaica de se
pensar”. Nesse sentido, é comum vermos pessoas recém-chegadas à proposta
judaica, utilizando termos como “goy” (gentio ou não judeu), postando nas redes
sociais constantes frases judaicas, ou até mesmo utilizando ternos pretos
constantemente em pleno calor nordestino, para que possam parecer-se com aquilo
que acreditam ser uma identidade judaica.
Tal sentimento está
intrinsecamente ligado ao fato de que muitos desses(as) indivíduos(as), já
trazem noções de preconceitos dos grupos religiosos ao qual estão saindo, e ao
se despertarem para uma possível prática judaica, de certa forma, sofrem (ou
sofreram) algum tipo de rejeição de grupos judaicos já constituídos (sejam pela
dureza destes ou por possíveis testes) e, com isso, tais indivíduos aspirantes
acabam que, de modo comportamental, sentindo a necessidade de se colocarem em
pé de igualdade com os grupos judaicos oficiais já existentes, assim, estes
recém-chegados iniciam-se naquilo que acreditam ser o Judaísmo, com requintes
de desigualdades, desinformações e muito extremismo.
Esses mesmos indivíduos,
acabam desenvolvendo ares de audácia ao ponto de quererem rivalizar até mesmo
com os grupos judaicos oficiais, a exemplo de quando estes se deparam com
grupos judaicos do seguimento liberal, classificando os judeus liberais como
“não-judeus”, e o Judaísmo Liberal como não sendo Judaísmo. Isto é, tais
aspirantes agem de modo absurdo e sem sequer medir com aquilo que pensam ou que
dizem.
E, assim, poluem as redes sociais
com mensagens discriminatórias a religião cristã e demais grupos (sendo que
muitos destes indivíduos vieram destas religiões), além de se posicionarem
contra homossexuais, além de serem contra o papel social da mulher, além de
criticarem os modos de se vestir das pessoas aos quais não estejam do mesmo
modo que eles acreditam ser os corretos, enfim, bombardeiam milhares de pessoas
com mensagens de ignorância, contribuindo para que muitas pessoas de fora do
Judaísmo, acreditem que o Judaísmo seja tal como o pensamento desses indivíduos
que auto-intitulam-se de judeus.
De fato, no Maranhão, ainda
presenciamos pessoas com esse perfil comportamental, perfil esse, que deve ser
evitado para as pessoas que estão aspirando ao Judaísmo de modo oficial. De
fato, é comum ver e ouvir as pessoas dizendo “no Judaísmo, onde tem 02 judeus,
existem 03 opiniões”. Porém, tais pessoas que costumam dizer isso, às vezes
esquecem que essa máxima reflete aquilo que o Judaísmo melhor possui, que é a
diversidade de posicionamentos.
Assim, torna-se fundamental
que se busque o respeito e a valorização da diversidade, pois, o modelo judaico
que um(a) indivíduo(a) vivencia hoje, poderá não satisfazer o(a) mesmo(a)
amanhã, ou, há outras pessoas que mesmo professando sua fé nos valores
judaicos, possui configurações diferentes uns dos outros, o que reforça o
princípio de que devemos ter o devido respeito ao espaço de tempo das pessoas,
além da maturação e evolução das mesmas.
Portanto, àqueles que são
aspirantes de um Judaísmo institucionalmente regularizado, fica a esta dica, de
que devem ter o cuidado para que comecem suas caminhadas judaicas do modo
correto, isto é, tentando evitar a concretização de preconceitos, a fim de que,
possivelmente, possam ser aceitos no Judaísmo sem maiores transtornos.
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